quinta-feira, 5 de setembro de 2013

PADRES DEIXA A BATINA PARA CASAR-SE

‘Um quarto dos padres Brasileiros deixaram a batina para casar’ diz estudo

padrecasado
O Movimento Nacional das Famílias dos Padres Casados estima que no Brasil 7 mil religiosos pediram a dispensa do sacramento da ordem e optaram pelo matrimônio ou por outro motivo. Ou seja, um a cada quatro padres brasileiros deixaram a batina. São 150 mil padres no mundo nessa condição.
O ex-padre Otto Euphrásio de Santana, casado e pai de um filho e uma filha, está animado com o novo papa, Francisco. Ele disse aos repórteres Edison Veiga e José Maria Mayrink, de O Estado de S. Paulo, que a escolha de Francisco representa uma primavera no mundo e na igreja. “Estamos contentes com o espírito, as palavras e as atitudes cristãs dele (do papa). Mas não dá para saber se e como ele vai enfrentar a realidade dos cerca de 150 mil padres casados no mundo”, afirmou o porta-voz do Movimento, João Tavares.
Santana continua ligado à igreja, colabora com dioceses e paróquias, mas não pretende voltar ao ministério sacerdotal, mesmo que caia a obrigatoriedade do celibato. “Não aspiro voltar ao exercício do ministério sacerdotal. A esclerose das estruturas é paralisante e deformadora. Impede a afirmação do batismo como sacramento fundante da Igreja”, argumentou aos repórteres.
Outro ex-padre, o historiador Eduardo Hoornaert, 82 anos, entende que uma eventual readmissão de padres casados não é prioridade para o papa, pois ele tem outros problemas mais prementes a resolver, como a formação de missionários, “sem essa carga de 2 mil anos de dogmas e leis”. Hoornaert abandou os ritos, mas não se desligou do ministério, “pois o ministério é o evangelho”.
O Movimento Nacional das Famílias dos Padres Casados começou no Brasil em 1979, quando reuniu, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, 11 ex sacerdotes e suas mulheres que, mesmo fora do ministério sacerdotal, queriam ser úteis à sociedade.
A ata do encontro registra: “Muitos padres casados se afastaram da Igreja por causa de uma certa visão oficial, que os marginaliza. Mas essas pessoas não se afastaram do compromisso com o povo. O padre casado ainda pode fazer algo a esta igreja oficial: ele pode colocar nela a sua luta junto com o povo.”

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