quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

ELIAS NO MONTE DA TRASNFIGURAÇÃO

1º Trimestre/2013 - Texto Básico:Mateus 17:1-8

E Jesus transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele”(Mt 17:2,3).

INTRODUÇÃO

O profeta Elias, foi um dos maiores profetas que Isael conheceu. Em momentos de decepção e expectativa frustrada, ele anseia a morte. Todavia, a Bíblia diz que ele não morreu, foi levado aos céus em um redemoinho(2Rs 2:11). Sua missão foi findada na Terra, mas a participação desse admirável homem de Deus na história sagrada não se encerrou com o seu arrebatamento. Deus o faria aparecer séculos depois, como representante dos profetas, para confirmar o ministério de Jesus. Aliás, a experiência da transfiguração foi uma confirmação, por Deus Pai, que Jesus era verdadeiramente seu Filho, todo suficiente para redimir a raça humana – “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o”(Mt 17:5). Nesta Aula, diferentemente dos outros textos até aqui estudados, Elias não aparece como a figura central, mas como uma figura secundária! O centro é deslocado do profeta de Tisbe para o Profeta de Nazaré. Jesus, e não mais Elias, é o centro da revelação bíblica. No Monte da Transfiguração, Elias é apenas um figurante, representando os profetas, mas Cristo é a figura principal, o Messias prometido.


I. ELIAS, O MESSIAS E A TRANSFIGURAÇÃO



1. Transfiguração. A transfiguração foi um breve vislumbre da verdadeira glória de Jesus, a afirmação divina de Deus de tudo o que Jesus havia feito, e que estava prestes a fazer. A Transfiguração revelou claramente não só que os discípulos estavam corretos ao crerem que Jesus era o Messias (Mt 16:16), mas que o compromisso deles estava bem firmado, e que a eternidade deles estava assegurada. Jesus era verdadeiramente o Messias, o divino Filho de Deus.


A Palavra grega que relata que a aparência de Jesus mudou é “metamorphothe” de onde obtemos a palavra “metamorfose”. O verbo se refere a uma mudança extrema que vem de dentro. Não era uma mudança meramente de aparência, mas era uma mudança completa, em que a pessoa passa ter outra forma. Na terra, Jesus tinha a aparência de um homem, mas na Transfiguração, o corpo de Jesus foi transformado em um esplendor glorioso que Ele tinha antes de vir para a Terra (João 17:5); Fp 2:6), e que Ele terá quando voltar em glória (Ap 1:14,15).


2. A glória divina. Na Transfiguração, Pedro, Tiago e João viram a glória, identidade e poder de Jesus como o Filho de Deus (veja 2Pedro 1:16-18). Eles foram testemunhas oculares do poder e da glória do Reino de Cristo. Jesus quis transmitir aos seus discípulos que não teriam que esperar por outro Messias futuro, porque o Reino estava entre eles, e logo viria com poder.


Mateus detalha que durante a Transfiguração “...uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o” (Mt 17:5). Da mesma maneira como a voz de Deus na nuvem sobre o monte Sinai conferiu autoridade à sua lei (Ex 19:9), a voz de Deus na Transfiguração também conferiu autoridade às Palavras de Jesus. Uma “nuvem luminosa” apareceu repentinamente, e a “voz” de Deus falou a partir da nuvem, destacando Jesus de Moisés e Elias como sendo o longamente esperado Messias, que possuía autoridade divina. Como já havia feito no batismo de Jesus, o Pai estava identificando Jesus como o seu “Filho amado” e o Messias prometido.


Quando os discípulos ouviram a voz de Deus lhes falando diretamente, pois estavam envoltos pela nuvem luminosa, “tiveram grande medo”. Ao longo das Escrituras, a glória visível da divindade cria medo(veja Dn 10:7-9). Mas Jesus lhes disse que não temessem. Pedro desejou manter Jesus, Elias e Moisés ali, em três tabernáculos no Monte, mas o seu desejo era equivocado. O evento era meramente um vislumbre da glória divina, daquilo que estava por vir. Assim, quando “ergueram os olhos”, a nuvem e os profetas já não estavam mais ali. Os discípulos tinham que olhar somente para Jesus. Somente Ele estava qualificado para ser o Salvador.


II.  ELIAS, O MESSIAS E A RESTAURAÇÃO



1. Tipologia. Na cena da Transfiguração, o texto destaca os nomes de Moisés e Elias (Mt 17:3). Estes eram considerados os dois maiores profetas do Antigo Testamento. Moisés representava a lei, ou a antiga aliança; ele havia escrito o Pentateuco e predito a vinda de um grande profeta(Dt 18:15-19). Elias representava os profetas que haviam predito a vinda do Messias (Ml 4:5,6). A presença de Moisés e Elias com Jesus confirmava a missão messiânica de Jesus para cumprir a lei de Deus e as palavras dos profetas de Deus (Mt 5:17). O aparecimento deles também removia qualquer pensamento de que Jesus fosse a reencarnação de Elias ou Moisés. Ele não era meramente um dos profetas. Como o único Filho de Deus, Jesus os sobrepujava grandemente em autoridade e poder. Além disto, a capacidade que eles tiveram de falar com Jesus, apóia a promessa da ressurreição de todos os crentes.


2. Escatologia. “E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem, então, os escribas que é mister que  Elias venha primeiro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro e restaurará todas as coisas. Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim  farão eles também padecer o Filho do Homem. Então, entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista” (Mt 17:10-13).


O aparecimento de Elias no Monte causou uma pergunta na mente dos discípulos. Baseado em Malaquias 4:5,6, os escribas judeus criam que Elias devia voltar antes que o Messias viesse.  Elias havia aparecido no Monte, mas não tinha vindo em pessoa para preparar o povo para a chegada do Messias (especialmente na área do arrependimento). Os discípulos criam que Jesus era o Messias, mas queriam saber onde estava Elias. Jesus respondeu que Elias viria primeiro e restauraria todas as coisas. Estava escrito nas Escrituras que o Messias iria padecer muito e ser aviltado (por exemplo, Salmos 22:14,16,17; Is 53:1-12). Jesus explicou que, na verdade, Elias já veio. Mateus explica que os discípulos perceberam que Jesus se referia a João o Batista (Mt 17:13), que havia assumido o papel profético de Elias – confrontando o pecado com ousadia, e levando o povo a Deus.


Assim como Elias, João Batista foi um profeta de confronto (Mt 3:7), ousado (Lc 3:1-14) e rejeitado (Mt 11:18). Como no caso de Elias, fizeram a João Batista tudo o que quiseram. Elias foi severamente perseguido pelo rei Acabe e pela rainha Jezabel, e fugiu para salvar a própria vida (1Reis 19). João Batista foi decapitado (Mc 6:14-20). Tudo isto ocorreu, como dele está escrito (Mc 9:13). Portanto, a presença de João Batista, o Elias que havia de vir, pregava com muita penetração que Jesus era o verdadeiro Messias vaticinado pelos patriarcas e profetas veterotestamentários.


III. A ESPIRITUALIDADE DO MONTE – ÊXTASE SEM DISCERNIMENTO ESPIRITUAL



Pedro, Tiago e João sobem o Monte da Transfiguração com Jesus, mas não alcançam as alturas espirituais da intimidade com Deus. Eles contemplam quatro fatos milagrosos: a transfiguração do rosto de Jesus, a aparição em glória de Moisés e Elias, a nuvem luminosa que os envolvem e a voz do Céu que troveja em seus ouvidos. Nenhuma assembleia na Terra jamais foi tão esplendidamente representada: lá estavam o Deus trino, Moisés e Elias – o maior legislador e o maior profeta. Lá estavam Pedro, Tiago e João - os discípulos mais íntimos de Jesus, os quais apesar de estarem envoltos num ambiente de milagres, faltou-lhes discernimento em quatro questões básicas:


1. Os discípulos não discerniram a centralidade da Pessoa de Cristo (Mt 17:3-8). Os discípulos estão cheios de emoção, mas vazios de entendimento. Querem construir três tendas, dando a Moisés e a Elias a mesma importância de Jesus. Querem igualar Jesus aos representantes da Lei e dos Profetas. Como o restante do povo, eles também estão confusos quanto à verdadeira identidade de Jesus (Lc 9:18,19). Não discerniram a divindade de Cristo. Andam com Cristo, mas não lhe dão a glória devida ao seu nome (Lc 9:33). Onde Cristo não recebe a preeminência, a espiritualidade está fora de foco. Jesus é maior que Moisés e Elias. A Lei e os Profetas apontaram para Jesus. Tanto a Lei quanto os Profetas tiveram o seu cumprimento em Cristo (Hb 1:1,2; Lc 24:25-27). Moisés morreu e seu corpo foi sepultado, mas Elias foi arrebatado aos céus. Quando Jesus retornar, Ele ressuscitará os corpos dos santos que morreram e arrebatará os santos que estiverem vivos (1Ts 4:13-18).


O Pai corrigiu a teologia dos discípulos, dizendo-lhes: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; escutai-o”. Jesus não pode ser confundido com os homens, ainda que com os mais ilustres. Ele é Deus. A Ele deve ser toda devoção. Nossa espiritualidade deve ser cristocêntrica. A presença de Moisés e Elias naquele monte longe de empalidecer a divindade de Cristo, confirmava que de fato Ele era o Messias apontado pela lei e pelos profetas.


2. Os discípulos não discerniram a centralidade da missão de Cristo. Moisés e Elias apareceram para falar da iminente partida de Jesus para Jerusalém (Lc 9:30,31). A agenda daquela conversa era a cruz. A cruz é o centro do ministério de Cristo. Ele veio para morrer. Sua morte não foi um acidente, mas um decreto do Pai desde a eternidade. Cristo não morreu porque Judas o traiu por dinheiro, porque os sacerdotes o entregaram por inveja nem porque Pilatos o condenou por covardia. Ele voluntariamente se entregou por suas ovelhas (João 10:11), pela sua Igreja (Ef 5:25).


Toda espiritualidade que desvia o foco da cruz é cega de discernimento espiritual. Satanás tentou desviar Jesus da cruz, suscitando Herodes para matá-lo. Depois, ofereceu-lhe um reino. Mas tarde, levantou uma multidão para fazê-lo rei. Em seguida, suscitou a Pedro para reprová-lo. Ainda quando estava suspenso na cruz, a voz do inferno vociferou na boca dos insolentes judeus: “desça da cruz, e creremos nele” (Mt 27:42). Se Cristo descesse da cruz, nós desceríamos ao inferno. A morte de Cristo nos trouxe vida e libertação. A morte de Cristo abriu as portas da nossa prisão e nos deu liberdade. Moisés e Elias entendiam isso, mas os discípulos estavam sem discernimento dessa questão central do cristianismo (Lc 9:44,45). Hoje, há igrejas que aboliram dos púlpitos a mensagem da cruz. Pregam sobre prosperidade, curas e milagres. Contudo, esse não é o evangelho da cruz, é outro evangelho e deve ser anátema!


3. Os discípulos não discerniram a centralidade de seus próprios ministérios (Mt 17:4). Eles disseram: “Senhor, bom é estarmos aqui”. Eles queriam a espiritualidade da fuga, do êxtase e não do enfrentamento. Queriam as visões arrebatadoras do monte, não os gemidos pungentes do vale. Mas é no vale que o ministério se desenvolve.


É mais cômodo cultivar a espiritualidade do êxtase, do conforto. É mais fácil estar no templo, perto de pessoas co-iguais do que descer ao vale cheio de dor e opressão. Não queremos sair pelas ruas e becos. Não queremos entrar nos hospitais e cruzar os corredores entupidos de gente com a esperança morta. Desviamos das pessoas caídas na sarjeta. Não queremos subir os morros semeados de barracos, onde a pobreza extrema fere a nossa sensibilidade. Não queremos visitar as prisões insalubres nem pôr os pés nos guetos encharcados de violência. Não queremos nos envolver com aqueles que vivem oprimidos pelo diabo nos bolsões da miséria ou encastelados nos luxuosos condomínios fechados. É fácil e cômodo fazer uma tenda no monte e viver uma espiritualidade escapista, fechada entre quatro paredes. Permanecer no monte é fuga, é omissão, é irresponsabilidade. A multidão aflita nos espera no vale!(veja o caso do jovem lunático – Mc 9:14-29).


4. Os discípulos estavam envolvidos por uma nuvem celestial, mas tinham medo de Deus (Mt 17:5,6). Quando os discípulos ouviram a voz de Deus lhes falando diretamente, pois estavam envoltos pela nuvem luminosa, tiveram grande medo. Eles se encheram de medo a ponto de caírem de bruços. A espiritualidade deles é marcada pela fobia do sagrado. Eles não encontram prazer na comunhão com Deus através da oração, por isso, revelam medo de Deus. Jesus subiu ao Monte da Transfiguração para orar, mas em nenhum momento os discípulos estavam orando com Ele (Lc 9:28,29). Eles não sentem necessidade nem prazer na oração. Eles não tem sede de Deus. Eles estão o Monte a reboque, por isso veem Deus como uma ameaça. Eles se prostram não para adorar, mas por causa do medo. Eles estavam assombrados (Mc 9:6). Pedro, o representante do grupo, não sabia o que dizia (Lc 9:33). Mas Jesus lhes disse que não temessem (Mt 17:7). Deus não é um fantasma cósmico; Ele é o Pai de amor. O medo de Deus revela espiritualidade rasa e sem discernimento.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

EU APOIO PASTOR SILAS MALAFAIA NESTE QUESITO




terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O LEGADO DE ESLIAS E O NOSSO LEGADO ESPIRITUAL


Não tenho por hábito escrever comentários sobre as lições bíblicas estudadas em nossa Escola Dominical. Mas sem desprezar a relevância das demais, considero a lição do próximo domingo, da revista editada pela CPAD, bastante pertinente para o momento em que estamos vivendo. Como terei a responsabilidade de ministrá-la em nossa igreja, achei por bem compartilhar os pontos que pretendo tratar, se Deus quiser, durante a aula. Considero o profeta um modelo sobre como nos portarmos em meio a um ambiente religioso que em nada difere do que Elias enfrentou. Aliás, não exagero ao reduzir o tema ao meio cristão no qual vivemos, onde o sincretismo tomou conta em detrimento da glória de Deus. Nesse contexto, o legado de Elias é um exemplo para todos nós.

1. O legado da sua origem

Elias aparece na história sem qualquer vínculo com o sistema em vigor, seja pelo lado sacerdotal, seja pelo lado monárquico, seja pelo lado profético. O que se registra da sua origem está em 1 Reis 17.1: "Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade...". Nada mais é dito. Creio que Deus queria alguém que não tivesse qualquer tipo de comprometimento, que não fosse presa fácil das conveniências e pudesse ser a sua própria boca para confrontar os pecados de Israel. Alguém que tivesse consciência de sua posição como mero instrumento e não instrumentista. Não é que não houvesse profetas entre o povo. Havia. Mas o medo, certamente, os silenciava. Até o responsável pela administração do palácio, Obadias, temia ao Senhor a ponto de esconder 100 profetas das mãos sanguinárias de Acabe. Ele próprio, todavia, não levantava a sua voz contra os desatinos reais por medo de sofrer represálias. Isto se infere de seu encontro com o profeta, 1 Reis 18.7-14. Nesse cenário surge Elias. Só ele pode dar conta da missão. Quando a fé se corrompe a ponto de sufocar os verdadeiros crentes, não são os "profetas estadistas" que o Senhor usará, mas um "tisbita", "um morador de Gileade", alguém que não tenha o seu nome ligado aos horrores que o sistema religioso representa.

2. O legado de sua humanidade

Outro aspecto fundamental da vida do profeta - e de tantos outros homens de Deus registrados na história bíblica - é a sua humanidade. Diferente dos que hoje se promovem como "pequenos deuses", e que se assomam como portadores de privilégios maiores no panteão das "divindades humanas", Elias experimenta os mesmos conflitos que experimentamos, sente as mesmas dores que sentimos, passa pelas mesmas angústias que passamos, tem fome da mesma forma que temos, cansa da mesma forma que cansamos e enfrenta as mesmas paixões que enfrentamos. O episódio que mais escancara a sua humanidade é a depressão que enfrenta - já estudada em lição anterior - quando, extenuado após a batalha do Carmelo, foge de Jezabel. O que me empolga é o fato de a Escritura registrar este lado - o da humanidade do profeta - tão esquecido pelos heróis cristãos de hoje. "Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós...", Tiago 5.17. Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais humanos nos tornamos.

3. O legado de sua vida pessoal

Não consta, na Bíblia, que Elias tenha constituído família. É de se pressupor que não, dada a vida quase monástica que levava. A missão que Deus lhe confia impõe desprendimento total. Descobrimos, em seus passos, que ele não tinha apego às coisas materiais e soube viver com a provisão de cada dia, mesmo aquela trazida pelos corvos. Não se vê o profeta em campanhas da semeadura, comercializando "amuletos milagrosos" entre o povo, nem confrontando em seu próprio nome o paganismo mesclado com o judaísmo. Ele sempre age como enviado do Senhor dos Exércitos. Elias não faz questão de comer da mesa do palácio. Creio que, por isso, João Batista tenha sido comparado ao profeta por Jesus. A vida pessoal de Elias é um legado para os que exercemos o ofício sacerdotal nos dias de hoje. Queremos as luzes da ribalta ou o vitupério de sofrer por amor a Cristo? Estamos desapegados às coisas da terra ou usamos o biombo do nosso sacerdócio como instrumento em busca da opulência? Desapego é o que se espera daqueles que são chamados para ministrar diante de Deus.

4. O legado de sua sucessão

O período no Horebe, escondido em uma caverna, não é o fim do ministério de Elias. É o recomeço. Em situações como a que ele enfrentou, temos de ter, também, o nosso Horebe em que as nossas forças são revigoradas para continuar a caminhada. É uma parada para reabastecimento. Quantos corremos de um lado para o outro, cumprimos extensa agenda, pregamos de quarta-feira a domingo e não paramos por nos considerarmos acima da média. Passamos a repetir de forma mecânica as nossas mensagens, o púlpito já não nos alegra, mas se torna um fardo, por sentirmo-nos completamente vazios. Isto se chama esgotamento espiritual. Não podemos perder de vista o Horebe. É ali que o Senhor nos encontra. É ali que o Senhor nos fortalece. É ali que recomeçamos. É ali que o Senhor nos dá novas tarefas. Entre outras coisas, no Horebe o Senhor ordena a Elias que cuide, também, de sua sucessão (1 Rs 19.15-19), além de lhe repreender por achar-se o único que permanecia fiel ao Deus vivo. Havia outros sete mil! Não somos os únicos. No dia em que formos tirados do mundo, outros continuarão a obra. Portanto, cuidar da própria sucessão deveria constar da agenda daqueles que ministram diante do altar.

5. O legado da transferência

Os capítulos finais de 1 Reis mostram que por algum tempo Elias continua no exercício do seu ministério profético e cumpre as missões recebidas de Deus no Horebe. Mas agora tem a companhia de Eliseu. Este, ao ser convocado para segui-lo, toma o arado, transforma-o em lenha, mata os bois e os assa, numa "churrascada" de fazer "inveja" ao melhor gaúcho, em que todo o povo das redondezas participa, 1 Reis 19.19-21. Tal qual Elias, ele tem de desprender-se. Não pode deixar atrás de si nenhuma possibilidade de voltar atrás. Tem de queimar as pontes. Ou seja, não há volta para os que são chamados por Deus. Pode até, se necessário, eventualmente, "fabricar tendas" para a sobrevivência, como fez Paulo, mas isso é temporário. O chamado será sempre a prioridade. Por fim, há um momento em que Elias começa a caminhada final a partir de Gilgal, passando por Betel, Jericó até chegar ao Jordão. Parece tratar-se da apresentação formal de Eliseu aos alunos das escolas de profetas existentes naquela época. O processo de transferência se inicia, mas Eliseu precisa acompanhá-lo até o fim. Como ele tinha convicção da chamada, segue adiante. E no Jordão, numa experiência mística, dá-se a transferência, quando a capa de seu antecessor vem parar em suas mãos. Não há ciúme, inveja, desconfiança, apego ao poder ou qualquer outro sentimento menor da parte de Elias. Ele simplesmente passa o bastão na hora certa e ninguém tenta puxar o tapete de Eliseu, 2 Reis 2.1-25.
Fonte: Texto extraído do Blog do Pr Geremias do Couto.

O LEGADO DE ELIAS


1º Trimestre/2013 - Texto Básico: 1Reis 19:16,17,19-21

 “E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do SENHOR, para que consultemos ao SENHOR por ele? Então, respondeu um dos servos do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que  deitava água sobre as mãos de Elias” (2Reis 3:11)

INTRODUÇÃO

Nesta Aula vamos falar um pouco acerca do legado do profeta Elias! Ele foi um homem que deixou seu legado na história bíblica como um gigante espiritual; foi um servo de Deus de profunda convicção espiritual e consciente de sua missão profética. Aprendemos com ele que os homens de Deus bem-sucedidos em seus ministérios são aqueles que tem o coração disposto a servir. Elias serviu a Deus com integridade e deixou uma herança para as gerações posteriores, e seu legado foi visto na pessoa de Eliseu, em atitudes, milagres e espiritualidade. O teólogo norte-americano A.W.Tozer disse certa vez que “nada morre de Deus quando um homem de Deus morre!”.

A fé, as nossas atitudes, o nosso relacionamento com Deus e o compromisso com a sua Palavra são o maior patrimônio que podemos passar às gerações seguintes. O apóstolo Paulo, ao final da carreira, fez menção de sua fé como algo zelosamente guardado no coração. Era a sua preciosa herança para os que viriam depois (2Tm 4:7). Que contribuição estaremos deixando nessa área vital de nossas relações com Deus? Que perspectivas nossos filhos e netos terão da fé ao olharem a nossa história? Eles nos verão como pessoas que sempre souberam confiar em Deus e viverem inteiramente para Ele, ou como incrédulos, sem nenhum legado espiritual, cristão e humano?

I. O LONGO PERCURSO DE ELIAS


1. Uma volta às origens. O desafio de Elias e sua vitória sobre os falsos profetas se tornou noticia em todo o reino de Acabe. A rainha Jezabel ficou irada e prometeu vingança. Elias teve medo e fugiu com seu ajudante para Berseba onde deixou o rapaz e seguiu para o deserto, caminhando um dia inteiro. Ao encontrar uma árvore, sentou-se à sua sombra e desejou a morte:“E ele se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu em seu ânimo a morte e disse: Já basta, ó SENHOR; toma agora a minha vida, pois não sou melhor  do que meus pais”(1Rs 19:4). O anjo do Senhor visita Elias e o alimenta por duas vezes. Com a força daquela comida caminhou por 40 dias e 40 noites. Nesse período a Bíblia não cita que Elias tenha parado em algum lugar para descansar, até chegar ao seu destino, o Monte Sinai. Porque ir ao Monte Sinai? Porque o Sinai era um lugar sagrado: ali Deus se revelou a Moisés (Ex 3); quando o povo em fuga do Egito teve sede, a rocha que ficava no monte Sinai deu água – “Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe, e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas, e o povo beberá” (Ex 17:6); foi o lugar onde Deus falava com Moisés (Lv 25:1); foi o lugar onde Deus entregou ao povo, através de Moisés, as placas da Lei. Portanto, se tinha um lugar para ouvi a voz de Deus, era no Monte Sinai. A distância era grande – cerca de, aproximadamente, 400 quilômetros, de Berseba até o Monte Horebe -, mas era necessário que Elias voltasse às origens da sua fé. Ele precisava desse momento a sós com Deus, do mesmo modo que ocorreu com Moisés no passado. Jesus, mesmo, quando nos falou da oração, disse que deveria haver um espaço para uma intimidade nossa com Deus, um "aposento em secreto" onde desfrutássemos de um momento a sós com Deus, algo que não somente ensinou, mas também praticou (Lc 22:39-41).

2. Uma revelação transformadora. Naquele momento à sós com Deus no Monte Horebe, Deus faz uma revelação extraordinária e que renovou sobremaneira o ânimo de Elias. Em primeiro lugar, Deus lhe falou que ele não era o único fiel sobrevivente. Elias quando achava que somente ele havia permanecido fiel a Deus, foi surpreendido com a notícia de que ainda havia sete mil que não haviam dobrado seus joelhos a Baal (1Rs 19:14,18). A idolatria anuída e supervisionada pelo casal real, Acabe e Jezabel, quase levou Israel à perda de usa identidade nacional, moral e espiritual, mas Deus tinha preservado um remanescente fiel; certamente, dentre desses sete mil estava Eliseu, que seria seu sucessor. Isso nos ensina que, quando formos tentados a pensar que somos os únicos fiéis que restam para realizar algo, não dedemos parar para nos lamentar. A autocomiseração diluirá o bem que porventura fizermos. Estejamos certos de que ainda que não os conheçamos, outros obedecem fielmente a Deus e cumprem seu dever.

Outra revelação surpreendente a Elias: ele seria sucedido por outro profeta; ele teria que ungir outro profeta em seu lugar (1Rs 19:16). Elias não questionou, simplesmente obedeceu. Este é um dos elementos do legado de Elias: a obediência. Elias nos ensina a necessidade de obedecermos a vontade e a direção de Deus. Sabemos que nesta vida tudo tem o seu tempo, por isso, chegou o dia em que o ministério de Elias encerrou-se. Como um líder fiel, obediente e íntegro diante do Pai Celeste, teve o cuidado de seguir a orientação divina na escolha do seu sucessor. O Senhor continua a falar em nossos dias, o problema é que nem todos desejam lhe ouvir, pois a voz de Deus pode frustrar alguns ideais pessoais.

Todo líder, de qualquer seguimento, um dia terá que deixar o cargo. Isso é um processo natural. Acontece que muitos pensam que são insubstituíveis, ou não querem "largar" a liderança para não perder status, vantagens, benefícios, privilégios etc. É aí que surgem os problemas. Alguns líderes evangélicos na atualidade tratam igrejas e convenções como propriedade particular, empresa ou negócio de família. Esquecem que a igreja tem um dono e o seu nome é JESUS. Pasmem, atualmente muitos líderes para se manterem no poder se utilizam de estratégias mundanas, utilizando-se de artifícios para vencer eleições em igreja e convenções, do tipo: compra de votos, oferta de cargos e benefícios, manipulação de urnas, traições, calúnias, processos na justiça comum, ordenação de obreiros sem vocação ministerial, etc.! Outros, usam e abusam do nepotismo, colocando parentes, familiares e bajuladores em cargos estratégicos, garantindo assim a manutenção do poder por meio de retaliações, ameaças e outras ações vergonhosas! Outros,alteram de maneira escandalosa o estatuto da igreja ou da convenção, buscando com isso a perpetuação do poder e dos privilégios! Tudo isso, e muito mais, vemos acontecer. É por estas e outras razões que Jesus falou: “Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7:22,23).

Devemos ser cônscios de que todos temos um tempo definido por Deus para trabalhar para Ele. Quando formos desafiados por Deus a ser substituídos, não devemos imaginar que estamos sendo descartados, ou que Deus não nos quer mais em seu serviço. Além disso, as novas gerações precisam ter sua oportunidade de servir com seus talentos ao Senhor. O próprio Jesus deixou claro que seus seguidores fariam coisas maiores do que Ele mesmo fez, exceto a salvação, é claro (João 14:12). Se o Mestre deu o exemplo de humildade, porque não o podemos seguir?

Elias saiu no tempo certo, não resistiu diante da vontade de Deus (2Rs 2:11). Não tinha ao que se apegar (cargos, bens, dinheiro, status, etc.). Acredito que se nos dias atuais um carro de fogo, com cavalos de fogo, fosse enviado pelo Senhor para buscar alguns líderes, eles pediriam para não ir, ficariam somente para continuar desfrutando das honras humanas, do luxo e dos privilégios que conquistaram. Duvida?

II. ELIAS NA CASA DE ELISEU


Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; e ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou a sua capa sobre ele. Então, deixou ele os bois, e correu após Elias, e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. E ele lhe disse: Vai e volta; porque que te tenho eu feito? Voltou, pois, de atrás dele, e tomou uma junta de bois, e os matou, e, com os aparelhos dos bois,  cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram. Então, se levantou, e seguiu a Elias, e o servia” (1Rs 19:19-21).

1. A exclusividade da chamada. Deus faz seu convite a cada pessoa, homem ou mulher, independente de raça, cor, idade, ou posição social. No trabalho do Senhor, é Ele quem sabe verdadeiramente escolher a pessoa certa para a missão que Ele determinar.

Quanto à vocação de Eliseu, se dá no exercício laborioso de seu acostumado trabalho: lavrador.Pelo texto de 1Reis 19:19-21 percebe-se que Eliseu trabalhava nas terras de seu pai conduzindo doze juntas de bois quando Elias, por orientação divina, o escolheu para ser profeta em seu lugar. As doze juntas de bois usadas por Eliseu para arar a terra indicam que ele era uma pessoa de posses. Quando o texto diz que Eliseu “estava com a duodécima” significa que Eliseu trabalhava perto do 12º par.

Deus chama pessoas fieis, ocupadas, que tem consciência do custo da chamada e que sabem que o ministério profético é um servir. Não raro, a Bíblia nos apresenta profetas de Deus que tinham uma vida produtiva na sociedade, que contribuíam com seu trabalho. Por exemplo, Amós era boiadeiro quando foi escolhido por Deus para profetizar nos reinados de Uzias, em Judá, e de Jeroboão II, em Israel. Eliseu estava lavrando a terra quando foi chamado por Deus. O trabalho de Eliseu até então era voltado àqueles bois. Mas para seguir Elias, ele precisou desapegar-se de suas atividades, suas "normalidades" e tudo o que era comum em sua rotina externa e emocional. Mas ele não "recusou", nem "ignorou", nem "abandonou" nada. Eliseu imolou seu passado. Segundo o dicionário Aurélio, imolar significa sacrificar, matar. Ou seja, Eliseu matou os bois dos quais cuidava e quebrou os aparelhos que usava para conduzi-los. Não restava mais nenhum fragmento de sua velha vida. O ato de matar seus bois e quebrar os aparelhos que utilizava, demonstrava que ele assumia um forte compromisso de seguir Elias. Sem eles, não poderia retornar à sua vida de lavrador. Ele dependia agora apenas de Deus. Nada mais havia que o mantivesse amarrado à suas antigas atividades, pois tudo estava extinto; ele mesmo os havia extinguido. Isto é, se estivesse tudo bem ele continuaria seguindo e servindo Elias e honrando sua vocação, mas se estivesse tudo mal também seguiria e serviria Elias e honraria sua vocação. Agora ele estaria com Deus ou com Deus. Enfim, Eliseu entendeu que o ministério profético é um “servir”, por isso passou a servir a Elias. Rayond B. Dillard destaca que “o chamado de Deus para todos nós é a sinceridade ao comprometimento. Para alguns, isso significa deixar um negócio ou emprego para seguir uma vocação profissional no ministério. Para outros, significa servir dedicadamente em muitos diferentes empreendimentos. Seja qual for o nosso trabalho, quer no ministério ou num emprego, o chamado de Deus para o serviço e compromisso deve eclipsar todos os outros”(DILLARD, Raymond B. Fé em Face da Apostasia — o evangelho segundo Elias e Eliseu. Editora Cultura Cristã).

2. A autoridade da chamada. Além da exclusividade, aprendemos também que a chamada de Eliseu envolveu a autoridade que acompanhava Elias –  “Elias passou por Ele e lançou a sua capa sobre ele” (1Rs 19:19). Este ato de Elias de “lançar a sua capa” foi entendido por ambos como um símbolo da transferência da liderança e do ministério. A capa era o mais importante artigo do vestuário que uma pessoa possuía. Era usada como proteção contra intempéries, como cobertor ou um lugar para se sentar. Às vezes era oferecida como garantia de uma dívida, ou rasgada em pedaços como sinal de pesar. Era também um símbolo de autoridade profética (2Rs 1:8; Zc 13:4; Mt 3:4). Elias lançou sua capa sobre os ombros de Eliseu, para mostrar que ele seria seu sucessor. Mais tarde, quando a transferência de autoridade foi concluída, Elias a deixou para Eliseu (2Rs 2:11-14).

É bom dizer que a sucessão não foi imediata. Houve um tempo entre o "lançar do manto" (1Rs 19:19) e o "cair do manto" (2Rs 2:14). Com Elias e Eliseu aprendemos que no processo sucessório não deve haver pressa. Tudo tem que ser no tempo de Deus. Wong (Liderando a Transição. São Paulo: Z3 Editora, 2012, p. 113) escreve: “Líderes precisam ser nutridos e precisam de espaço para crescer. Líderes mais velhos precisam dominar menos e delegar mais. Mais importante, os líderes precisam dar tempo àqueles sob seus cuidados. Elias e Eliseu pertenciam a uma era abençoada, onde o aprendizado acontecia com o professor e o estudante vivendo e trabalhando juntos. Sem a intervenção da alta tecnologia, eles estabeleciam um relacionamento de alto contato”.

Se os líderes atuais desejarem preparar a nova geração para os desafios do ministério, precisam investir nela agora. O aprendizado no ministério se dá através do ouvir, ver e fazer. É preciso capacitar e treinar, é preciso mentorear a nova geração.

III. ELIAS E O DISCIPULADO DE ELISEU


1. As virtudes de Eliseu. O relato de 2Reis 2:1-8 mostra algumas fases do discipulado de Eliseu. Era chegada a hora de Elias encerrar seu ministério e de Eliseu suceder-lhe. Contudo, primeiro Elias precisava visitar Betel, Jericó e o Jordão. Como servo fiel, Eliseu insistiu em acompanhá-lo a esses locais. Em Betel e Jericó, os discípulos dos profetas disseram a Eliseu que o Senhor levaria Elias, “elevando-o por sobre a cabeça” de Eliseu naquele dia. Isso tratava-se de uma referencia à prática de o discípulo se assentar aos pés de seu mestre e, portanto, de o mestre estar junto à cabeça do discípulo. Eliseu já sabia o que aconteceria e ordenou aos profetas: “calai-vos”. Não desejava falar sobre um assunto tão triste e sagrado. De Jericó, Elias e Eliseu foram ao rio Jordão. Cinquenta dos profetas os seguiram a certa distância. Quando Elias feriu as águas do Jordão com seu manto, elas se dividiram, e os dois profetas atravessaram em seco. Elias tinha vindo de Gileade, do lado oriental do Jordão, para começar seu ministério profético durante o reinado de Acabe (1Rs 17:1). No final do ministério, atravessou o Jordão novamente para voltar ao lado de onde saíra e ser levado para o Céu.

Quais são as virtudes que podemos destacar de 2Reis 2:1-8?

Em primeiro lugar, Eliseu demonstrou estar familiarizado com aquilo que o Senhor estava prestes a fazer (2Rs 2:1). Ele estava consciente de que algo extraordinário envolvendo o profeta Elias aconteceria a qualquer momento (2Rs 2:3) e que ele também fazia parte dessa história.

Em segundo lugar, Eliseu demonstrou perseverança quando se recusou a largar Elias. Ele fez questão de permanecer junto de Elias durante todo o tempo. Diferentemente dos “filhos dos profetas”, ele acompanhou seu mestre até o fim. Igualmente, o cristão autêntico, que diferencia-se neste mundo, segue Jesus de perto. Em Lucas 22:54, que trata da prisão de Jesus, lemos: “e Pedro seguia-o de longe”. Em seguida, o evangelista nos afirma das três negativas de Pedro para com Jesus. Hoje, muitos há que seguem Jesus de longe e o resultado disso é escândalo para o Evangelho. Se Eliseu tivesse seguido Elias de longe não teria sido o homem de Deus que foi. Somente os perseverantes conseguem chegar ao fim!

Em terceiro lugar, Eliseu provou ser um homem vigilante quando “viu” Elias sendo assunto aos céus! (2Rs 2:12). Quando os dois caminhavam juntos, Elias foi levado para o Céu. Eliseu teve o privilegio de testemunhar essa translação e, clamando disse: “Meu pai, meu pai”. Esta atitude demonstra o reconhecimento por parte de Eliseu de que Elias era o seu líder espiritual e o seu reverenciado predecessor.

A história da chamada de Eliseu e como se deu o seu discipulado deveria servir de padrão para os ministros hodiernos! Infelizmente a qualidade dos ministros evangélicos da atualidade tem caído muito e a fragmentação das Convenções e Concílios tem uma boa parcela de contribuição nesse processo. Geralmente o processo acontece pela disputa de domínio de determinado espaço ou território entre as lideranças, que não chegando a um consenso sobre as suas esferas de atuação, resolvem dividir de forma litigiosa determinado campo pastoral. Feito isso, a parte menor passa a consagrar ministros para que uma nova Convenção ou Concílio seja formado. É exatamente aí que as qualificações exigidas para a apresentação de um Ministro da Palavra, exaradas em 1Timóteo capítulo 3, costumam ser esquecidas. A consequência de tudo isso é: uma igreja local doente espiritualmente.

2. A nobreza de um pedido. Antes de ser assunto aos céus, Eliseu fez um pedido muito ousado, porém, bastante nobre: “Peço-te que haja porção dobrado do teu espírito sobre mim” (2Rs 2:9). Esta frase tem sido muitas vezes mal interpretada como um pedido para receber o dobro do Espírito que estava na vida de Elias, e os maiores milagres que ele realizou foram considerados como indicação dessa assertiva. No entanto, esse pedido estava baseado em Deuteronômio 21:15-17, onde a mesma expressão “porção dobrada” é aplicada àquilo que o primogênito recebia da herança de seu pai, ou seja, o filho primogênito recebia o dobro da herança que os demais (Dt 21:17). Eliseu estava pedindo que seu pai espiritual (Elias) fizesse dele o seu principal herdeiro do seu espírito profético, para, deste modo, ele executar a missão de Elias. A resposta de Elias era que não podia conceder esse pedido; somente Deus tinha o poder para tanto. Porém, se o Senhor permitisse a Eliseu presenciar a sua subida ao céu, então ele receberia a “porção dobrada” (2Rs 2:10). Deus atendeu ao pedido de Eliseu, sabendo que o jovem profeta estava disposto a permanecer fiel a Ele, apesar de toda a apostasia espiritual, moral e doutrinária nos dois reinos, de Israel e de Judá. Seu principal objetivo não era ser melhor ou mais poderoso que Elias, mas realizar mais para o Senhor. Se nossos motivos forem honestos, não precisamos ter medo de pedir grandes coisas a Deus. Quando pedimos ao Senhor grande poder ou capacidade é necessário que examinemos nossos desejos e livremo-nos de qualquer egoísmo que encontramos. Se desejarmos obter a ajuda do Espírito Sano, devemos estar prontos para pedir isso.

O dobro de milagres! Eliseu realizou do dobro de milagres de Elias. Este, sete; aquele, quatorze, exatamente o dobro da porção do profeta. Os 14 milagres de Eliseu são: (1) dividir as águas do Jordão (2Rs 2:14); (2) sanear uma fonte (2Rs 2:21); (3) amaldiçoar zombadores (2Rs 2:24); (4) encher os poços com água (2Rs 3:15,26); (5) multiplicar o azeite de uma viúva (2Rs 4:1-7); (6) predizer uma gestação (2Rs 4:17); (7) fazer voltar à vida um jovem morto (2Rs 4:32-37); (8) neutralizar veneno (2Rs 4:38-41); (9) multiplicar pães (2Rs 4:42-44); (10) curar a lepra de Naamã (2Rs 5:1-19); (11) amaldiçoar Geazi com lepra (2Rs 5: 20-27); (12) preparar armadilha para a força militar Síria (2Rs 6:8-25); (13) revelar um exército de anjos (2Rs 6:15-16); e (14) predizer o alívio para a sitiada Samaria (2Rs 6:24-7:20).

IV. O LEGADO DE ELIAS


1. Espiritual. Este gigante da fé nos deixou um rico legado espiritual que deve ser imitado por todos aqueles que cristãos dizem ser. Apresentamos abaixo algumas virtudes espirituais de Elias:um homem mui zeloso, e foi esse zelo que o fez ir até as ultimas consequências na sua defesa da adoração verdadeira (1Rs 18:1-36); um homem extremamente ousado, e isto é facilmente percebido quando ele enfrentou o rei Acabe e prediz a grande seca sobre Israel (1Rs 17:1); um homem possuidor de grande fé, e isto é facilmente perceptível no episódio do Monte Carmelo quando ele sozinho enfrentou os 450 profetas de Baal e os 400 do poste-ídolo Aserá, levando o povo de Israel a reconhecer que “só o Senhor é Deus”. Eliseu teve esse legado espiritual como herança.

2. Moral. Elias não era apenas um homem dotado de grande relevância espiritual, mas também portador de singulares predicados morais. Um padrão moral moldado pela Bíblia é a maior necessidade de um cristão, principalmente os que lideram, na casa do Senhor. As pessoas podem até achar que você não tem grandes habilidades administrativas, técnicas, ou pedagógicas, mas elas precisam ver que você é um homem ou uma mulher temente a Deus. Quando uma pessoa é salva existem evidências da sua salvação. Se alguém diz “eu sou salvo”, mas continua a mentir, roubar e viver imoralmente, é muito claro que não está salvo. Se você é salvo, sua conduta muda como evidência de que alguma coisa mudou no seu interior – no coração. Em 2Corintios 5:17 está escrito: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. Se não há uma mudança de conduta, então o coração não mudou.

Elias demonstrou que era um homem transformado, não somente portador de grandes virtudes espirituais, mas também de grandes valores morais. A forma como foi usado por Deus confrontando Acabe é um exemplo para todos os que são seduzidos a adular as lideranças ímpias. A percepção do que era certo, ou errado, do que era justo, ou injusto, era patente na vida deste grande profeta de Deus. Por isso ele teve autoridade espiritual e moral para repreender severamente o rei Acabe, quando este consentiu no assassinato de Nabote. Elias também foi um exemplo de obediência em relação à sua substituição; não teve receio de ser substituído por outra pessoa; não teve medo de Eliseu ser mais conhecido que ele, ou de ser mais "poderoso" nem de ter um ministério mais longo. Elias simplesmente obedeceu a Deus e "formou" Eliseu, deixando para Israel um profeta de grande quilate. Portanto, o profeta Elias é digno de ser imitado nestas duas esferas da vida – espiritual e moral -, que fazem o caráter do autêntico servo de Deus.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

PROCON DENUNCIA TELEXFREE


Procon do Acre denuncia Telexfree para MPE, Ministério da Fazenda e Polícia Federal

Há também a possível violação no Código de Defesa do Consumidor (CDC), com propaganda enganosa

Procon do Acre denuncia Telexfree para MPE, Ministério da Fazenda e Polícia Federal
Um número cada vez maior de consumidores procura o Procon para solicitar informações sobre a empresa Telexfree e sua legitimidade. No momento, a Telexfree indica um grande crescimento no Estado, e após observação do funcionamento da empresa, foram detectados indícios de crimes. Como resultado, o órgão encaminhou denúncia ao Ministério Público Estadual, à Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda e à Polícia Federal.

O inquérito civil instaurado pela promotoria de Defesa do Consumidor (nº 01/2013) mostra diversos pontos controversos e os possíveis crimes que colocam o consumidor em risco na hora de aceitar esse tipo de negócio. Entre as possibilidades, há uma infração na Lei Federal nº 1.521/51, art. 2º, segundo a qual é crime: “Obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos (‘bola de neve’, ‘cadeias’, ‘pichardismo’ e quaisquer outros equivalentes)”, incluindo a Pirâmide de Ponzi.

Há também a possível violação no Código de Defesa do Consumidor (CDC), com propaganda enganosa, omissão de informações de produtos e empresa, abuso da fraqueza ou ignorância do consumidor e condições de desvantagem exagerada, entre outros. A preocupação do Procon é esclarecer para a população o grande risco existente (quando um cidadão aceita participar dessa rede), evitar que consumidores acreanos sejam lesados e fazer com que a empresa se explique diante dos órgãos competentes.

Entenda a pirâmide de Ponzi

A pirâmide tem o nome por conta do imigrante italiano Charles Ponzi, que conseguiu fazer fortuna rapidamente nos Estados Unidos utilizando esse método. Esse sistema financeiro é insustentável e funciona a base de novos investidores. Os primeiros envolvidos investem e conseguem lucrar recrutando outros participantes, porém, quanto maior o alcance da pirâmide, menos sustentável ela fica, pois ela depende dos investimentos posteriores. Sem novos investimentos, a grande parcela dos envolvidos fica no prejuízo.
Gazeta Central
Contrario aos comentários realizados em virtude desta matéria, de autoria do PROCON do Acre, informamos que o inquérito civil movido pelo MP do Acre contra a TELEXFREE ainda encontra-se em andamento, conforme pode ser observado na imagem abaixo ou por meio de consulta ao site do MP/AC número do MP: 06.2013.00000003-9)

Consulta realizada no dia 15 de fevereiro de 2013.
Veja também:

MP/AC instaura inquérito Civil para investigar atuação da Telexfree em Rio Branco

TELEX FREE é investigada pelo Ministério Público de Mato Grosso:

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A VINHA DE NABOTE: SUBSÍDIO LIÇÃO 07, CPAD

Subsídios - AULA 07 – A VINHA DE NABOTE


1º Trimestre_2013 - Texto Básico: 1Reis 21:1-5;15,15

 “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isto também ceifará” (Gl 6:7)

INTRODUÇÃO

Nesta Aula trataremos a respeito da cobiça de Acabe. A cobiça é um desejo forte, constante e insaciável; ela pode levar o homem a pisar no seu próximo para subir na vida, chegando a roubar e matar. O mundo em que vivemos é orientado por um estilo de vida materialista, hedonista e pragmatista, todavia, o Evangelho demanda de cada um de nós um estilo rigorosamente contrário ao mundano.

Existe o desejo legítimo e a cobiça. O primeiro refere-se ao suprimento das necessidades e, em alguns casos, um pouco mais, atingindo o nível do conforto; o segundo vai muito além, alcança o excesso e avança rumo ao proibido. Mas onde está a exata fronteira entre uma e outra coisa?  É difícil dizer onde o desejo correto se transforma em cobiça, assim como não podemos determinar com certeza a exata quantidade de comida que alguém precisa consumir. Cada indivíduo é capaz de reconhecer que a sua necessidade foi suprida e seu apetite saciado. Depois disso, o desejo torna-se cobiça. Disse o sábio Salomão: “Se achaste mel, come somente o que te basta, para que porventura não te fartes dele, e venhas a vomitar” (Pv 25:16). Deus estabeleceu limites: Adão poderia comer do fruto de todas as árvores, exceto uma (Gn 2:16,17). Quando desejamos o que Deus proibiu, está caracterizada a cobiça. O décimo mandamento assevera: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo” (Ex 20:17).  Portanto, o direito do outro é um dos nossos limites.

I. O OBJETO DA COBIÇA DE ACABE

O objeto da cobiça do rei Acabe: a herança de Nabote. Acabe possuía riqueza e todo tipo de bens materiais, mas dirigiu seus olhos e sua cobiça à propriedade de subsistência de Nabote, seu vizinho. Seu desejo incontido desencadeou uma série de pecados: abuso de autoridade, acusação, falso testemunho, homicídio e roubo (1Rs 21). A proposta que Acabe fez a Nabote parecia justa, generosa e irrecusável, pois oferecia em troca uma outra vinha melhor, ou se desejasse, lhe daria em dinheiro o que ela valia. Acontece que o valor da vinha para Nabote ia para além das questões mercantilistas. Ele considerava aquela propriedade uma herança inegociável, e cuja venda implicaria em transgressão ao mandamento do Senhor (cf Lv 25:13-28 e Nm 36:7,9). Nabote procedeu corretamente; de acordo com o livro de Levitico, a terra pertencia ao Senhor (Lv 23:23). Assim sendo, Nabote não poderia vender aquilo que lhe fora dado como uma herança do Senhor. Diante da resposta e posicionamento de Nabote, a reação de Acabe foi de desgosto e indignação, pois o seu capricho não fora alcançado, o que desencadeou no rei uma crise emocional (1Rs 21:4). Mas, Acabe queria aquela propriedade a qualquer custo; aquele espaço de terra, era o seu objeto de maior desejo. Por ser rei, imaginava que podia atropelar a lei de Deus e emplacar injustiça social. Para concretizar o seu intento, esse rei fraco e sem personalidade arquitetou, em conluio com sua impiedosa esposa Jezabel, uma das mais sórdidas tramas registradas nas páginas Sagradas: a morte do inocente Nabote. Mas, o juízo de Deus foi severo contra a casa de Acabe; veja isso no tópico IV abaixo.

Atualmente, muitos líderes e irmãos caprichosos, que não se contentam com aquilo que possuem, e que acham que seus desejos precisam ser atendidos e satisfeitos por todos, estão dominados pela cobiça. Tenhamos cuidado, pois a cobiça é abominação ao Senhor (Dt 7:25); é a raiz de todos os males ((Tg 4:15,15).

II. AS CAUSAS DA COBIÇA DE ACABE

A principal causa da cobiça de Acabe: o domínio incontrolado do “ter”, de “possuir”, aquilo que é do outro, neste caso a vinha de Nabote. Esta vinha era próxima ao palácio real, isto é, da casa de verão, e, aparentemente, Acabe, levado por um capricho, desejava transformá-la em um jardim.

Entendemos pelo texto sagrado que aquela propriedade fora passada a Nabote por herança: “Porém Nabote disse a Acabe: guarda-me o Senhor de que eu te dê a herança de meus pais” (1Rs 21:3), o que fortalecia a convicção de Nabote de que ele não deveria vendê-la nem trocá-la por outra propriedade. É provável que Nabote tenha sido criado naquele terreno, dedicando-se com seus pais ao cultivo de uvas. Se Nabote tivesse feita essa venda ou trocada por outra vinha, ele teria transgredido não só uma tradição, como também a sua consciência (cf Lv 25:23-28; Num 36:7ss). Acabe reconhecia isso; ele era cônscio de que Nabote estava religiosamente obrigado a conservar a posse de sua terra e que essa obrigação não poderia ser contrariada. Entretanto, ele ainda assim queria essa área; ele estava totalmente dominado pela cobiça, qual um viciado de drogas; somente a casa de verão não lhe satisfazia, queria agora construir uma horta ao lado dela para que seus desejos pudessem ser realizados; não se importava em quebrar o mandamento divino: “não cobiçarás”(Ex 20:17). Desta feita, o que fez Acabe diante da resposta negativa de seu súdito? Ficou entristecido, como uma criança mimada, e não quis se alimentar. O desejo despertado pela cobiça é tão poderoso que acaba por tornar-se ocupação única do cobiçoso. Acabe não desejava mais comer, ou fazer qualquer outra coisa (1Rs 2:4).

Ao observar o estado em que se encontrava Acabe, Jezabel, sua mulher, procurou tomar conhecimento do que havia acontecido, o que lhe foi relatado pelo rei (1Rs 21.5-6). Diante do que ouviu, Jezabel, que já havia em outros episódios demonstrado a sua influência e força no reino, que tomava decisões sem pedir a aprovação do seu manipulável e omisso marido, possuidora de um temperamento difícil e cruel em suas deliberações, toma para si as dores de Acabe e declara: “governas tu, com efeito, sobre Israel? Levanta-te, come, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jezreelita” (1Rs 21:7). Jezabel se coloca aqui como aquela que satisfará a cobiça de Acabe. Uma esposa sábia não adota tal postura, antes, aconselha o seu marido sobre os princípios do contentamento. Em fim, o desejo exacerbado e maligno de Acabe resultou no assassinato do obediente Nabote, resultando assim na inobediência a outro mandamento da lei moral de Deus: “não matarás” (Ex 20:13).

III. O FRUTO DA COBIÇA

O fruto da cobiça de Acabe: assassinato do obediente Nabote. O pecado de Acabe envolveu várias pessoas, inclusive os anciãos e os nobres de Israel (1Rs 21:8), os quais sem temor e piedade co-participaram do plano maligno da esposa de Acabe. Como Acabe não se apossou imediatamente da vinha de Nabote, Jezabel continuou com seu plano diabólico. Sem escrúpulos, sem temor a Deus, sem piedade e sem misericórdia, Jezabel articula um plano onde Nabote seria vitimado por uma terrível calúnia. Usando o nome e o sinete de seu marido, ela escreveu cartas aos anciãos e aos nobres da cidade e que habitavam com Nabote, onde dizia o seguinte: “Apregoai um jejum e trazei Nabote para a frente do povo. Fazei sentar defronte dele dois homens malignos, que testemunhem contra ele, dizendo: Blasfemaste contra Deus e contra o rei. Depois, levai-o para fora e apedrejai-o, para que morra. Os homens da sua cidade, os anciãos e os nobres que nela habitavam fizeram como Jezabel lhes ordenara, segundo estava escrito nas cartas que lhes havia mandado. Apregoaram um jejum e trouxeram Nabote para a frente do povo. Então, vieram dois homens malignos, sentaram-se defronte dele e testemunharam contra ele, contra Nabote, perante o povo, dizendo: Nabote blasfemou contra Deus e contra o rei. E o levaram para fora da cidade e o apedrejaram, e morreu”.

“É interessante observar que o maligno plano de Jezabel se reveste de um caráter espiritual, com direito a proclamação de um jejum e com o argumento de que Nabote teria blasfemado contra Deus (e contra o rei). É possível “espiritualizar” até a cobiça. Em nome de Deus, e com a máscara da falsa espiritualidade, muitas barbáries e injustiças são realizadas sob a influência do “espírito de Jezabel”, muitas cobiças são alimentadas à custa da destruição de vidas, casamento e famílias”(pr. Altair Germano).

Nunca foi exposta a falsa acusação de blasfêmia levantada contra Nabote perante a assembleia dos anciãos e dos nobres. Este sincero israelita foi apedrejado de acordo com a lei (cf Lv 24:13-16), sob o testemunho de duas pessoas (falsas testemunhas, claro) que teriam presenciado a suposta ofensa (cf Dt 17:6,7). Com o assassinato de Nabote, Acabe se apropriou indevidamente da sua vinha.

É curioso ver que pessoas malignas não adoram ao Senhor nem o temem, mas não se furtam de usar o nome do Senhor para perverter o juízo e cometer atrocidades. Mas lembremo-nos de que Deus não se deixa escarnecer nem deixa seu nome ser usado em vão.

IV. AS CONSEQUÊNCIAS DA COBIÇA

A combinação de pecados relacionados à cobiça produz um veneno tão poderoso que ameaça de morte tanto as pessoas à sua volta como o próprio cobiçoso. O mundo "jaz no Maligno", e tem se tornado em "ninho" aconchegante para que o pecado cresça, venha à luz, e cause os males da destruição e da morte. Precisamos estar alertas para este fato. As consequências do pecado é a morte (Rm 6:23).

1. Julgamento divino. A cobiça do rei Acabe teve uma consequência ainda mais funesta do que toda a sua idolatria. Acabe e sua mulher Jezabel muito haviam irado o Senhor por causa da intensa idolatria e da quase substituição do Senhor por Baal como deus nacional do reino do norte. Entretanto, a morte de Nabote, planejada covardemente por Jezabel, motivada pela cobiça do rei Acabe, foi a “gota d’água” da ira de Deus. Por causa disto, Deus sentenciou toda a casa de Acabe à morte(1Rs 21; 2Rs 10:1-14). A sentença do julgamento de Acabe e Jezabel foi transmitida por Elias, o profeta: “Então, veio a palavra do SENHOR a Elias, o tisbita, dizendo: Levanta-te, desce para encontrar-te com Acabe, rei de Israel, que está em Samaria; eis que está na vinha de Nabote, aonde tem descido para a possuir. E falar-lhe-ás, dizendo: Assim diz o SENHOR: Porventura, não mataste e tomaste a herança? Falar-lhe-ás mais, dizendo: Assim diz o SENHOR: No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote, os cães lamberão o teu sangue, o teu mesmo. E também acerca de Jezabel falou o SENHOR, dizendo: Os cães comerão Jezabel junto ao antemuro de Jezreel” (1Rs 21:18,19,23). Acabe ainda se recusou a admitir seu pecado contra Deus; em vez de fazê-lo, acusou Elias de ser seu inimigo (cf 1Rs 21:20). É quase impossível que os que se tornam cegos pela cobiça e pelo ódio, enxerguem seus próprios erros.

2. Arrependimento e morte. A sentença divina trouxe medo e condenação a Acabe: “Sucedeu, pois, que Acabe, ouvindo estas palavras, rasgou as suas vestes, e cobriu a sua carne de pano de saco, e jejuou; e dormia em cima de sacos e andava mansamente” (1Rs 21:27). Acabe foi mais perverso do que qualquer outro rei de Israel (1Rs 16:30; 21:25), mas quando se arrependeu com profunda humildade, Deus atentou para ele e prometeu que o castigo sobre a sua casa seria suspenso até uma outra ocasião – “Não viste que Acabe se humilha perante mim? Porquanto, pois, se humilha perante mim, não trarei este mal nos seus dias, mas nos dias de seu filho trarei este mal sobre a sua casa” (1Rs 21:29). O mesmo Senhor que foi misericordioso com ele deseja ser benigno conosco. Não importa quão perverso alguém seja; nunca é tarde demais para se humilhar, voltar-se a Deus e pedir-lhe perdão.

É bom ressaltar, porém, que, embora Acabe tenha se arrependido de seus atos pecaminosos, as consequências foram inevitáveis. Acabe, Jezabel e toda a sua família foram eliminados, da mesma maneira como as dinastias anteriores foram rejeitadas por causa de seus pecados. Jezabel teve uma morte horrível na mesma cidade onde havia perpetrado seus crimes. O cobiçoso Acabe e a cruel Jezabel receberam o prêmio da injustiça. Para ler sobre o cumprimento da sentença divina, veja 1Reis 22:38, onde os cães lamberam o sangue de Acabe, e 2Reis 9:30 a 10:28, onde Jezabel e o restante de sua família foram destruídos. “O pecado sempre tem seu alto custo!”.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Testemunho Pr.Paulinho de Jesus [Ex-Paulete]



LISTA ATUALIZADA DE INSCRITOS PARA A 41ª AGO DA CGADB

 

 


CONFIRA A SUA INSCRIÇÃO (PAGOS E ISENTOS) PARA A 41ª AGO DA CGADB, APÓS A CONCILIAÇÃO BANCÁRIA E O JULGAMENTO DOS RECURSOS PELA COMISSÃO ELEITORAL.

 

FONTE: www.cgadb.com.br

LISTA ATUALIZADA DE INSCRITOS PARA A 41ª AGO DA CGADB

Consulta - Lista de inscrições confirmadas 41 AGO - Brasilia - DF13/02/2013
Retornar

RegistroNomeId ConvSigla
34.064MAURICIO FERREIRA BRITO8CEMADERON

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

ATIVISTA GAY FAZ APOLOGIA AO USO DE ARMAS CONTRA PASTORES



Pr Silas Malafaia fala sobre ameaça de Jean Wyllys Ativista Gay que prom...



segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A RENÚNCIA DO PAPA E AS IMPLICAÇÕS SOCIAIS




Penso que a renúncia do Papaa BENTO16, não vai mudar em nada as sociedades capitalistas desigualitárias, muito menos as igualitárias, a mudança é unicamente no ambito da IGREJA CATÓLICA; porém, esta não tem que criticar os 04 (quatro) pastores mais rico do Brasil segundo a revista americana, ja que a IGREJA CATÓLICA é a Religião mais rica do mundo, dona de império de cifras em escala mundial, aliás, dona de uma cidade o "VATICANO" que é um dos paises mais rico do mundo hodierno. 

A - O OUTRO LADO DA HISTÓRIA
Mas, no sentido histórico social, ou do efeito psicológico á RENÚNCIA do Papa BENTO 16 serve de exemplo para muitos PAPAS, aliás, estamos cheios de PAPAS, uns com poderes maiores outros com poderes menores, e outros com poderes quase minguado e ainda outros com poderes ABSOLUTO, uns ativos, outros passivos e outros até *caduco, porém não renuncia o PAPADO. "Até que a morte o separe" Jesus Cristo.

* caduco do verbo caducar.